Projeto ensina capoeira para reintegrar ex-crianças-soldado na RD Congo
A capoeira, uma arte marcial brasileira, está a ajudar na reintegração social de crianças que deixaram a luta armada na República Democrática do Congo (RDCongo), divulgou a UNICEF.
Na sua página na Internet, o Fundo das Nações Unidas para a Infância e a Juventude publicou, na quarta-feira, como um projeto na cidade de Goma, na RDCongo, está a ajudar as crianças desmobilizadas da luta armada na sua reintegração nas comunidades e nas suas famílias.
A capoeira está a ajudar cerca de 80 jovens, dos 12 aos 17 anos, que estão num centro de trânsito e orientação de uma organização não-governamental (CAJED), apoiada pela UNICEF. Por norma, estas crianças-soldado ficam neste centro cinco semanas.
O projeto, intitulado “Capoeira para a Paz”, é apoiado pela agência da ONU, pela embaixada do Brasil no país e outras entidades, tendo sido iniciado em agosto de 2014.
“Através da capoeira, criámos um espaço para brincar e de paz", explicou Rafael, um dos professores.
"Nós não lutamos mais. Esta arte marcial faz todos iguais. Ela ensina respeito e amor mútuo. Falamos juntos na paz", referiu ainda o professor mexicano.
Nos últimos seis meses, 270 crianças foram desmobilizadas, a grande maioria rapazes, e têm aprendido a capoeira e os seus valores.
Os professores, Rafael e Dieudonné Mosikikongo (que tem a alcunha de Ninja), dão aulas de capoeira em dois outros locais, aberto a dezenas de crianças, muitas delas que moram nas ruas.
A UNICEF e a Representante Especial do Secretário-Geral da ONU para as Crianças e os Conflitos, Leila Zerrougui, lançaram em 2014 a campanha “Children Not Soldiers” (Crianças, não Soldados), que pretende retirar as crianças das forças armadas até 2016.
com Lusa